Fala velhotes,
No início de 2025, muitos questionavam o "excepcionalismo americano" nos mercados. Após a turbulência de abril, quando mais de $5 trilhões em valor de mercado evaporaram em apenas dois dias, os céticos pareciam ter razão. Hoje, com o S&P500 e o Nasdaq em máximas históricas, a narrativa mudou completamente. O que explica esta impressionante recuperação?
1. A Resiliência do Setor de Tecnologia e a Revolução da IA
O motor principal desta recuperação continua sendo o setor de tecnologia, especialmente empresas ligadas à inteligência artificial. Apesar do susto momentâneo causado pelo modelo chinês DeepSeek em fevereiro, que sugeriu que avanços em IA poderiam ser alcançados com investimentos menores, o mercado rapidamente percebeu que a revolução da IA estava apenas começando.
Empresas como Palantir e Super Micro Computer estão entre as maiores ganhadoras do ano, com valorizações expressivas impulsionadas por resultados trimestrais que demonstram que os investimentos em IA estão gerando retornos concretos. A Nvidia, apesar da volatilidade, mantém-se como símbolo desta transformação, com sua infraestrutura de chips sendo essencial para o desenvolvimento da inteligência artificial em escala global.

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2. TACO: A Retórica vs. Realidade das Políticas Comerciais
TACO: Trump Always Chickens Out, a expressão que tirou o presidente americano do sério e sintetiza as “amareladas” em relação às tarifas ajudam a explicar essa alta. Quando Trump anunciou taxas pesadas sobre dezenas de nações, vimos o um dos maiores tombos da bolsa americana na história em apenas dois dias.
No entanto, apenas uma semana depois, o anúncio de uma pausa de 90 dias nas tarifas mais severas marcou o início de uma recuperação impressionante.
O mercado aprendeu rapidamente que existe uma diferença significativa entre a retórica e a implementação de políticas comerciais. Como explicou Michael Antonelli, estrategista da Baird Private Wealth Management, o presidente reduziu o tom sobre tarifas enquanto trabalha para aprovar seus cortes de impostos no Congresso e administra o conflito no Oriente Médio.
Empresas de alimentos e vestuário como Lululemon, Brown-Forman e Campbell's, inicialmente as mais afetadas pelo temor tarifário, começam a se recuperar à medida que o mercado precifica um impacto menor do que o inicialmente temido.
3. A Narrativa do "Soft Landing" e o Pivô do Fed
A percepção de que o Federal Reserve está sinalizando abertura para reduzir as taxas de juros tem impulsionado significativamente o mercado. Com a inflação mostrando sinais consistentes de desaceleração e o mercado de trabalho esfriando gradualmente, a narrativa do "pouso suave" ganhou força.
A declaração recente do governador do Fed, Christopher Waller, capturou perfeitamente esta mudança de postura:
"Por que queremos esperar até vermos um acidente antes de começarmos a cortar as taxas?"
Esta sinalização de uma postura preventiva, em vez de reativa, tem sido música para os ouvidos dos investidores.
Taxas de juros mais baixas tendem a impulsionar as ações, já que mais dinheiro se torna disponível para investimentos no mercado acionário. A expectativa de cortes ainda em 2025 está alimentando o otimismo, especialmente para empresas de crescimento que dependem de financiamento.
4. Resultados Corporativos Surpreendentemente Resilientes
Apesar de todas as turbulências, os lucros corporativos – a verdadeira base dos preços das ações – mantiveram-se notavelmente fortes.
As empresas americanas demonstraram uma capacidade impressionante de adaptação, mantendo o controle rigoroso de custos, especialmente em relação à folha de pagamento, enquanto continuam investindo em tecnologias transformadoras como IA. Esta disciplina financeira tem sido recompensada pelos investidores, que valorizam a capacidade de gerar lucros mesmo em ambientes desafiadores.
O foco em eficiência operacional, combinado com investimentos estratégicos em inovação, tem permitido que as empresas americanas mantenham margens saudáveis mesmo diante de incertezas macroeconômicas.
5. A Redução da Volatilidade e o Retorno da Confiança
Após os picos de volatilidade no início do ano, o VIX (o "índice do medo") recuou significativamente, refletindo uma maior confiança dos investidores. Esta redução da volatilidade criou um ambiente mais propício para alocações de capital de longo prazo, atraindo investidores institucionais globais de volta ao mercado americano.
A percepção de que os Estados Unidos continuam sendo o porto seguro em um mundo de incertezas geopolíticas e econômicas tem reforçado o fluxo de capital internacional para ativos americanos. Como resultado, o S&P500 não apenas recuperou suas perdas, mas estabeleceu novos recordes, confirmando a tese do excepcionalismo americano que muitos questionavam no início do ano.
Apesar deste cenário positivo, desafios significativos permanecem no horizonte. A turbulência política atual não vai desaparecer.
O S&P500 pode ter retornado ao patamar do início do mandato de Trump, mas o caminho foi muito mais acidentado do que o previsto. As projeções iniciais de Wall Street apontavam para ganhos de até 20% em 2025, mas o índice acumula apenas 5% até agora – um lembrete de que, mesmo no excepcionalismo americano, o caminho raramente é linear.
O que fica claro é que, mais uma vez, apostar contra o mercado americano provou ser uma estratégia arriscada. A combinação de inovação tecnológica, adaptabilidade corporativa e profundidade de mercado continua fazendo dos EUA o epicentro do capitalismo global – para o bem ou para o mal, o excepcionalismo americano segue vivo e forte.
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Abraço e até a próxima quarta.
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