Fala velhotes,
Depois de diversos dias conturbados no mercado, a sensação dos investidores no momento é de que o pior parece que já passou. Provavelmente devemos ver uma série de concessões, como essa recente sobre importação de eletrônicos, até que uma total estabilização da pauta seja atingida. Os mercados acionários também já respiram menos ofegantes, após a bolsa americana perder US$1,9 trilhão de market cap em apenas um dia.
Agora, muitos se perguntavam quem conseguiria fazer Donald Trump mudar de opinião. Seriam seus assessores? Seria Elon Musk? Jamie Dimon (esse realmente teve sua colaboração)? Seria a Melania querendo comprar bolsas europeias?
Na minha modesta opinião não foi nenhum desses: foram os T-bonds!
Os títulos públicos dos EUA tiveram um papel crucial no enfraquecimento dessa “guerra” devido à sua função de termômetro da confiança econômica global. Com as tensões comerciais aumentadas pelas tarifas, os mercados reagiram negativamente, levando a uma diminuição da demanda por títulos do Tesouro Americano, e trazendo um contrassenso, já que esses títulos sempre foram refúgios para o investidor em tempos mais voláteis. Isso fez com que os rendimentos subissem, aumentando o custo da dívida dos EUA.
Rendimento dos Títulos de Dívida Pública Americana com Vencimento em 10 Anos
Nesse período em destaque, a taxa de juros (ou rendimento) dos títulos do Tesouro dos EUA com vencimento em 10 anos aumentou drasticamente — passou de 3,9% para 4,5%. Ou seja, uma alta de 15% em apenas alguns dias. E quem paga essa conta?
O cidadão americano — seja por meio de impostos novos ou mais altos, seja sentindo os efeitos de menos investimento público, mas não para por aí: essa desconfiança e volatilidade no mercado de títulos acaba se espalhando para o restante do sistema financeiro, com possíveis aumentos nas taxas de financiamento imobiliário entre outros.
Já a tacada final ainda está por vir:
Mais de 70% da dívida dos EUA está nas mãos de estrangeiros e a China tem por volta de US$760 bilhões em títulos da dívida americana. Se o Xi-Jinping resolve começar a vender esses bonds, agrava ainda mais o cenário que eu escrevi e eu acho que isso não seria tão improvável.
Quando chinês cita o camarada Mao Tse-Tung, é treta na certa...
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GUERRA COM CHINA, PAZ COM BRASIL
Enquanto você compra sua blusinha na Shein, o Brasil tem ampliado suas compras dos EUA e o comércio entre os países bateu recorde no 1º trimestre de 2025 totalizando US$ 20 bilhões, maior valor nominal para o período da série histórica, iniciada em 1997.
Só em sucos, aumentamos nossas exportações em 74%!
Mesmo assim os EUA tem uma relação superavitária conosco, o que tem sido o argumento para tentar barrar ou minimizar as temidas tarifas de Trump.
O FRIO TÁ CHEGANDO E VOCÊ NÃO VAI COMPRAR DV CATENA NEM JANTAR NO DON JULIO
O êxodo brasileiro à Buenos Aires nos meses de inverno, que nos fazia sentir ricos, deve arrefecer, conforme a economia argentina entra nos eixos e a moeda se valoriza.
Nesta semana nossos hermanos deram fim ao controle cambial, uma medida que faz parte do acordo fechado por Javier Mieli com o FMI.
Por muito tempo fazer câmbio na Argentina era mais difícil do que entender as regras do Campeonato Carioca – eram 10 cotações diferentes de dólar, havia um controle artificial do cambio pelo governo, limite para compra, entre outros pontos que miravam conter a fuga de capitais e proteger as reservas.
O resultado de tais medidas, porém, foi uma menor entrada de dólares e a impressão desenfreada de pesos que explodiu a inflação, empobreceu os argentinos e “enriqueceu” o turista brasileiro
Agora a lógica se inverteu: com as duras reformas do novo governo a inflação saiu de 290% ao ano para algo próximo a 20% a.a., o peso começou a se valorizar, a pobreza está diminuindo e o PIB deve crescer mais de 5% em 2025.
O FARIA LIMER NÃO VAI PARA ARGENTINA, MAS VAI NADAR COM ORCAS!
Uma pesquisa da Business Networking International, realizada com mais de 120.000 profissionais de mais de 70 países mostra que as pessoas que alcançaram sucesso profissional passaram em média 6,3 horas por semana participando de atividades de networking.
Me dá até agonia pensar que minha semana terá tantas horas consumidas naqueles intermináveis eventos, contudo, um amigo que seguramente passa mais de 6h cobrindo essas agendas lançou um programa interessante.
“A ideia é justamente sair do óbvio e dessas ocasiões que forçam o networking. O Apex Summit vai conectar empresários em viagens que envolverão aventura, luxo, wellness e construção de relacionamento sempre em uma experiência que tire o cara da zona de conforto” comenta David Politanski que é executivo do Google, fundador do Sweet Secrets e idealizador desse projeto.
A 1ª edição vai levar 12 participantes para o Baja California no México, onde ficarão por 6 dias. A ideia é aproveitar as manhãs com treinamentos de apneia, técnicas de respiração, meditação, Yoga e banhos de gelo. Já de tarde o foco é aventura, mergulho e avistamento de orcas e outros animais marinhos. Por fim, a noite rola o tal do networking com jantares e outras atividades.
As inscrições para essa edição estão encerradas, mas outras rodadas estão por vir.
Conteúdos para a Semana
Ainda falando sobre mar e baleias:
"O Velho e o Mar", de Ernest Hemingway, não tem nada a ver com mercado financeiro, mas é sem dúvidas um dos melhores livros que já li.
Ele conta a história de Santiago, um velho pescador cubano que enfrenta uma longa maré de azar, passando dias sem conseguir pescar nada. Determinado a provar seu valor, ele decide ir mais longe do que nunca no mar e acaba fisgando um enorme peixe-marlin. O livro narra a luta intensa e solitária de Santiago contra o peixe, explorando temas como perseverança, dignidade e a luta do ser humano contra as adversidades. Mesmo após capturar o marlin, Santiago enfrenta outros desafios, como tubarões que tentam devorar sua conquista, fazendo a jornada de volta um teste final de coragem e resistência.
Para refletir sobre a confusão das tarifas fugindo das obviedades.
"Odd Lots" é um podcast produzido pela Bloomberg que explora temas econômicos de mercados, muitas vezes por meio de conversas com especialistas, investidores e acadêmicos em discussões mais profundas e descontraídas.
Nesse episódio Viktor Shvets, chefe de estratégia global na Macquarie Capital, fala sobre o impacto das tarifas nos mercados, trazendo uma reflexão sobre o momento da história americana, com o fim do consenso neoliberal e os esforços de Trump para remodelar a sociedade.
30 minutinhos, você vai melhorar teu inglês, ficar mais culto e inteligente.
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Abraço e até a próxima quarta!
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